segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Claustrofobia


 Posso sentir as paredes mais próximas. O silêncio é sufocante, minha respiração está cada vez mais pesada. E o ar parece se esgotar cada vez mais. A luz se foi, deixando esse local mais escuro. Odeio a escuridão, odeio o silêncio... Mas odeio mais ainda a saudade em meu peito.
 Para onde você foi? Saiu sem avisar, deixando o vazio aumentando. Por que você se foi? Tudo estava perfeito. Mas isso nunca foi o suficiente para você... 
 Você sempre precisou ser livre,  e eu sabia que nunca conseguiria te segurar. Mas o que você fez foi cruel e desleal. Como você pode me tirar o ar?
 Pois você era meu ar, minha razão de viver. Eu te amo e nunca pedi que você me amasse em troca. Apenas a sua presença era suficiente. O seu cheiro no ambiente, o som de sua voz.
 Mas agora você se foi, e me deixou aqui, sozinha, nesse lugar que fica mais assustador a cada momento. É horrível, é claustrofóbico.
 O silêncio é assustador. Pois é irreal, anormal. Pois sempre que as bocas se calavam, podia ouvir nossos corações batendo, sua respiração calma. O silêncio é o som da morte, pois não creio que realmente esteja viva agora que você se foi. Você era minha vida.
 E agora aqui estou eu, com essa claustrofobia acabando com meu ser. Ou talvez eu nem possa chamar isso que sinto de claustrofobia. Pois uma é o medo de lugares apertados. No meu caso, há espaço demais. Espaço demais em meu peito, onde antes estava você. Agora, só há o vazio.
 E eu não por quanto tempo mais irei suportar...

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